Trabalhando com “O patinho feio” no contexto institucional

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Uma forma de atingir e alcançar os alunos (e porque não, os pacientes clínicos) é através de contos e fábulas. O uso deste recurso (o contar uma história ou estória) é perfeito quando se busca tratar de um ou mais assuntos, de maneira ‘indireta’. No contexto institucional, o trabalho com contos clássicos torna a aula mais atrativa, dinâmica e mais próxima da realidade dos alunos. Valoriza a língua como veículo de comunicação e expressão das pessoas e dos povos, abrangendo o desenvolvimento da linguagem, da leitura e da escrita, além dos aspectos morais priorizados neste tipo de literatura.

Portanto, segue abaixo uma possibilidade de trabalho com a história de ”O patinho feio” para uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental I.

Objetivos: trabalhar os temas que tangem o respeito às diferenças, conscientizar os alunos acerca do respeito mútuo, da erradicação da violência contra o outro (aquele que lhe é diferente) e o bullying, eliminando qualquer tipo de discriminação, além de visar aspectos vinculados à dignidade e equidade.

Público-alvo: alunos do terceiro ano do ensino fundamental com idades entre 8 a 9 anos.

Duração das atividades: duas aulas de 50 minutos cada.

Estratégias e Recursos:

Aspectos da autonomia moral trabalhados na história do Patinho Feio

A história do “Patinho Feio” possibilita o pensar sobre vários aspectos da vida: a diversidade humana, o respeito mútuo, a exclusão, a rejeição, as permanências e as transformações, as superações, o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas, a importância de ser aceito em uma sociedade e as realizações na vida, uma vez que o patinho feio nunca imaginou ser um belo cisne.

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Como trabalhar a história

AULA 01

1º momento: o professor ou psicopedagogo deverá iniciar a aula apresentando uma atividade do “Mix and Match puzzle” questionando as possibilidades de montagem, e fazendo perguntas que sejam transcendentes, relacionadas ao entendimento do que é ser diferente, da importância de ser diferente e questionamentos relacionados ao bullying. Então questionar se os alunos conhecem a fábula do “Patinho Feio”, observar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto e contar a história.

 2º momento: dando continuidade, o professor ou psicopedagogo deverá propor aos alunos um exercício reflexivo sobre algo ou alguma passagem em suas vidas que se relacione ou tenha semelhança com a história clássica vivida pelo “Patinho Feio”, contextualizando momentos em que se sentiram diferentes dos outros e que, por isso, foram rejeitados ou excluídos do grupo. Remeter a lembrança de como os alunos se sentiram nesses momentos, como foi rejeitar ou mesmo excluir alguém de um grupo, como pensam que estas pessoas se sentiram, momentos em que se esforçaram e superaram as suas dificuldades, transformando seu jeito de ser e de fazer as coisas.

Esta é uma experiência que possibilita diagnosticar os possíveis “problemas” de aprendizagem e aqueles que interferem na convivência diária entre os alunos e a reconhecer as tentativas de mudança de cada um.

3º momento: o professor ou psicopedagogo contará a história de Pedro e Tina, um outro livro que retrata a questão da aceitação de si mesmo. Após a leitura, o professor ou psicopedagogo solicitará que os alunos façam um auto retrato, realçando os aspectos positivos e o que eles consideram como aspectos negativos.

 AULA 02

1º momento: para o primeiro momento da segunda aula o professor ou psicopedagogo irá trabalhar com os alunos a partir de uma dinâmica chamada “Jogo das diferenças” (anexo A). Essa dinâmica possibilita trabalhar certos aspectos, como por exemplo, a percepção de si mesmo, auto-imagem e perceber se a auto-imagem corresponde à imagem que o grupo faz de sua pessoa.

Após a dinâmica, o professor ou psicopedagogo abre espaço para discutir com os alunos as observações que eles tiveram da ‘brincadeira’, introduzindo questões sobre aceitar as diferenças no outro, em si mesmo e a questão do bullying, violência que é acometida dentro do âmbito escolar, mas que também pode emergir dentro do contexto familiar.

2º momento: os alunos irão reproduzir a história do patinho feio por meio de representação gráfica – desenho, pintura, colagem de gravuras, dobradura, dentre outros – das conquistas, dos êxitos, do desenvolvimento pleno das potencialidades, enfim, de tudo aquilo que cada um tem procurado transformar em sua vida, dando o melhor de si.

Neste terceiro momento o professor irá mostrar os pontos positivos de seus alunos tais como: as vitórias que já obtiveram até agora como: aprender a ler, jogar futebol, resolver problemas lógicos matemáticos, andar de bicicleta, entre outras experiências que demonstrem esse aspecto evolutivo.

Concluída a atividade, forma-se uma grande roda para que todos socializem seus trabalhos. Em seguida, estas produções dos alunos deverão ser colocadas em um painel da sala de aula, juntamente com os auto retratos.

Aspectos intrapessoais

Trabalhar aspectos relacionados à auto-estima, bem como mudanças corporais, auto-aceitação, valorização das conquistas diárias e superação de situações conflituosas ou que causaram constrangimento.

 Aspectos interpessoais

Trabalhar as relações entre os alunos, relacionadas à diversidade, se eles aceitam as diferenças, se eles oprimem com comportamentos agressivos, se eles rejeitam, discriminam, excluem ou praticam outro tipo de bullying com os colegas de classe.
Além de todos os pontos explorados com a atividade, a fábula apresentada teve por finalidade aproximar e fortalecer os vínculos entre os alunos e também com o professor ou psicopedagogo.

Aspectos ecológicos institucionais

Trabalhar a relação dos alunos com a escola, visando a mudança de percepção dos mesmos em relação à ela, mostrando que a escola pode e deve ser um lugar de paz e amizade, onde todos podem colaborar e cooperar uns com os outros na superação de seus obstáculos, respeitando os limites e as diferenças internas e externas de cada um.

 

 

Por André Groba

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